Coordenação Curso Educação Física2012

COORDENAÇÃO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UEPA 2012/2014. PROFESSORA DOUTORA MARTA GENU.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O QUE DIZER NOS 43 ANOS DE CEDF


Neste 11 de maio, posso dizer sobre o que vivi e vivo de CEDF, afinal, dos 43 nos de de criação do curso, são 25 anos  vivendo no entorno do CEDF. No mais, é ressaltar as relações humanas imbricadas em valores e sentimentos que se constroem num currículo oculto e que se materializam no dia a dia e implicam decisivamente na formação no CEDF:
"Entrei na Escola Superior de Educação Física do Pará (ESEFPA) sem saber exatamente o que iria viver. E aprender!
A frequência no curso, durante os três anos e meio, não me esclareceu muito a respeito dos grandes “engates” da EF, apesar de ter vivido momentos de grande satisfação e euforia e outros de muita revolta e indignação. Fui tratada ora como atleta ora como primeiranista de medicina.
Utilizo aqui, palavras do Prof. Vítor Marinho (1983) para expressar exatamente a inexatidão daquela época sobre a prioridade na Educação Física: a formação ou a padronização de corpos, a disciplina ou a vivência do coletivo na sua expressão mais singular, domesticar ou educar. E Marinho, já questionava a respeito de uma identidade para a Educação Física.
As discussões daquela altura são as mesmas de hoje, com a diferença que atualmente existem argumentações mais fundamentadas, maior número de profissionais engajados no debate nacional, sobre a revisão do referencial teórico da EF, do “corte epistemológico” na área, se é que houve um paradigma da EF e uma mudança concreta.
Sabe-se que a EF sofreu influências sócio-políticas e de várias áreas do conhecimento humano, considerando que a EF vive do que pede emprestado à Biologia, à Sociologia, Psicologia, Pedagogia, no entanto, nossos estudos[1] têm avançado com a acepção de que estamos numa área multidisciplinar.
                 O corpo de conhecimento da Educação Física como prática social se delimita na fronteira da área de humanas e biológicas. É preciso buscar múltiplos referenciais que permitam uma construção teórica e possibilitem a otimização da práxis, posteriormente, numa formação permanente ou continuada. Essa constatação já foi evidenciada em Aragão, Freitas e Monte (2006, p.42-48):
Iniciando o processo de conclusões preliminares da pesquisa: “A Educação Física no Foco das Ciências Humanas e das Ciências da Saúde: relatos da comunidade acadêmica do CEDF”. É possível destacar que a comunidade acadêmica do Curso de Educação Física não se apropriou das produções do conhecimento científico da década de 80. Bracht (1999) diz que a entrada mais decisiva das ciências sociais e humanas na área da EF, processo que tem vários determinantes, permitiu ou fez surgir uma análise crítica do paradigma da aptidão física. Mas esse viés encontra-se num movimento mais amplo que tem sido chamado de movimento renovador da EF brasileira na década de 1980. Isso permite compreender o porquê a concepção da comunidade acadêmica do Curso de Educação Física se encontra no viés da dicotomia Corpo / Mente.

Tanto Estudantes quanto professores e funcionários não compreendem que tipo de formação que o acadêmico irá ter ao final do curso. Existe uma problemática significativa o incipiente conhecimento da comunidade acadêmica quanto às diretrizes para a Educação Física e principalmente aos desdobramentos das legislações. Pois ao desconhecer essas resoluções desconhece-se também o tipo de formação que o MEC, pretende para a formação em Educação Física. Pode-se concluir também que o conhecimento sobre currículo e formação não é discutido nas aulas da graduação. Não existem nexos entre os blocos semestrais de disciplinas, fazendo com que haja uma distorção profunda na formação e incompreensão neste tipo de formação acadêmica. Esta falta de compreensão pode ser causada também pelas parcas pesquisas produzidas no Curso de Educação Física e pelo trato do conhecimento nas aulas não tendo como eixo norteador da disciplina a pesquisa. Essas conclusões preliminares vão ao encontro de uma análise central: não existe teoria do conhecimento definida que oriente a produção do conhecimento do curso de Educação Física e a prática pedagógica dos docentes.
         Logo, faz-se necessário, alguns apontamentos:
1-         Pesquisas tendo como objeto o Trabalho Docente;
2-             Reformulação do Curso de Educação Física com a participação de Toda a comunidade acadêmica;
3-         Organização do conhecimento através de Complexos Temáticos;
4-        Estudos e Pesquisas sobre a Licenciatura Ampliada;
5-        Política de Educação Continuada para Docentes do Curso de Educação Física;
6-        Incentivo a criação de Grupos de Pesquisas no curso de Educação Física."




[1] Em relatório PIBIC/CNPq de Emerson Duarte Monte e Rogério Gomes de Freitas. A Ed. Física no foco das Ciências da Saúde e Humanas: relatos da comunidade acadêmica do Curso de Ed. Física da UEPA. 2006. Iniciação Científica. (Graduando em Educação Física) - Universidade do Estado do Pará.

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