Neste 11 de maio, posso dizer sobre o que vivi e vivo de CEDF, afinal, dos 43 nos de de criação do curso, são 25 anos vivendo no entorno do CEDF. No mais, é ressaltar as relações humanas imbricadas em valores e sentimentos que se constroem num currículo oculto e que se materializam no dia a dia e implicam decisivamente na formação no CEDF:
"Entrei na Escola Superior de Educação
Física do Pará (ESEFPA) sem saber exatamente o que iria viver. E aprender!
A frequência no curso, durante os três
anos e meio, não me esclareceu muito a respeito dos grandes “engates” da EF,
apesar de ter vivido momentos de grande satisfação e euforia e outros de muita
revolta e indignação. Fui tratada ora como atleta ora como primeiranista de
medicina.
Utilizo aqui, palavras do Prof. Vítor Marinho (1983) para
expressar exatamente a inexatidão daquela época sobre a prioridade na Educação
Física: a formação ou a padronização de corpos, a disciplina ou a vivência do
coletivo na sua expressão mais singular, domesticar ou educar. E Marinho, já
questionava a respeito de uma identidade para a Educação Física.
As discussões daquela altura são as
mesmas de hoje, com a diferença que atualmente existem argumentações mais
fundamentadas, maior número de profissionais engajados no debate nacional,
sobre a revisão do referencial teórico da EF, do “corte epistemológico” na
área, se é que houve um paradigma da EF e uma mudança concreta.
Sabe-se que a EF sofreu influências sócio-políticas e de
várias áreas do conhecimento humano, considerando que a EF vive do que pede emprestado à Biologia, à
Sociologia, Psicologia, Pedagogia, no entanto, nossos estudos têm avançado com a acepção de que
estamos numa área multidisciplinar.
O corpo de conhecimento da Educação Física como prática
social se delimita na fronteira da área de humanas e biológicas. É preciso buscar múltiplos referenciais que permitam uma
construção teórica e possibilitem a otimização da práxis, posteriormente, numa
formação permanente ou continuada. Essa constatação já foi evidenciada em
Aragão, Freitas e Monte (2006, p.42-48):
Iniciando
o processo de conclusões preliminares da pesquisa: “A Educação Física no Foco
das Ciências Humanas e das Ciências da Saúde: relatos da comunidade acadêmica
do CEDF”. É possível destacar que a comunidade acadêmica do Curso de Educação
Física não se apropriou das produções do conhecimento científico da década de
80. Bracht
(1999) diz que a entrada mais decisiva das
ciências sociais e humanas na área da EF, processo que tem vários
determinantes, permitiu ou fez surgir uma análise crítica do paradigma da
aptidão física. Mas esse viés encontra-se num movimento mais amplo que tem sido
chamado de movimento renovador da EF brasileira na década de 1980. Isso permite
compreender o porquê a concepção da comunidade acadêmica do Curso de Educação
Física se encontra no viés da dicotomia Corpo / Mente.
Tanto Estudantes
quanto professores e funcionários não compreendem que tipo de formação que o
acadêmico irá ter ao final do curso. Existe uma problemática significativa o
incipiente conhecimento da comunidade acadêmica quanto às diretrizes para a
Educação Física e principalmente aos desdobramentos das legislações. Pois ao
desconhecer essas resoluções desconhece-se também o tipo de formação que o MEC,
pretende para a formação em Educação Física. Pode-se concluir também que o
conhecimento sobre currículo e formação não é discutido nas aulas da graduação.
Não existem nexos entre os blocos semestrais de
disciplinas, fazendo com que haja uma distorção profunda na formação e
incompreensão neste tipo de formação acadêmica. Esta falta de compreensão pode
ser causada também pelas parcas pesquisas produzidas no Curso de Educação
Física e pelo trato do conhecimento nas aulas não tendo como eixo norteador da
disciplina a pesquisa. Essas conclusões preliminares vão ao encontro de uma
análise central: não existe teoria do conhecimento definida que oriente a
produção do conhecimento do curso de Educação Física e a prática pedagógica dos
docentes.
Logo, faz-se necessário, alguns
apontamentos:
1-
Pesquisas tendo como objeto
o Trabalho Docente;
2-
Reformulação do Curso de Educação Física com a participação de
Toda a comunidade acadêmica;
3-
Organização do conhecimento através de
Complexos Temáticos;
4-
Estudos
e Pesquisas sobre a Licenciatura Ampliada;
5-
Política
de Educação Continuada para Docentes do Curso de Educação Física;
6-
Incentivo
a criação de Grupos de Pesquisas no curso de Educação Física."